terça-feira, 31 de maio de 2011

Conselho Tutelar promove caminhada contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O Conselho Tutelar de Lagoa Seca realizará amanhã, dia 1º de junho, uma caminhada que servirá para chamar atenção da sociedade contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

A atividade está marcada para 8h da manhã, saindo de frente da Escola Estadual Francisca Martiniano da Rocha e percorrerá as principais ruas da cidade, em marcha de repúdio a este tipo de crime. Também participarão do evento o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, representantes da Secretaria Municipal de Educação e o Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, além de outros órgãos da administração municipal.

O Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes tem se tornado um crime freqüente no Estado da Paraíba e em diversas regiões do país. Na maioria dos casos os agressores são pessoas da própria família das vitimas, o que torna ainda mais difícil identificar a ocorrência.

Levantamento do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente mostrou que em dois anos, número de incidências caiu cerca de 50%

O coordenador do Conselho, Marcelo Lopes Tavares, acredita que a diminuição é fruto de um trabalho de conscientização realizado pelos conselheiros nas escolas, através de palestras de conscientização para pais e educadores. Os encontros servem para colocar o órgão mais próximo das famílias e do ambiente escolar o que inibe as ações dos aliciadores. 

O órgão também trabalha em parceria com as polícias Civil e Militar, fiscalizado estabelecimentos comerciais da região, que por ventura estejam em prática criminosa. Marcelo explicou que geralmente quando as denúncias chegam ao Conselho, uma equipe se desloca até o local, que pode ser um bar ou uma residência comum, e primeiramente averigua se a acusação de forma procede, depois de detectada a veracidade, é feito um esclarecimento aos proprietários sobre a prática ilegal, “às vezes ás pessoas não conhecem mesmo a lei”, comenta o coordenador. Em seguida, uma segunda visita é agendada para saber se a determinação está sendo cumprida, caso não esteja, são acionados o Ministério Público e a polícia.


Ele afirma que em muitos casos, os proprietários de bares principalmente, mantêm nos estabelecimentos adolescentes trabalhando como garçonetes que são usadas como iscas para atrair clientes, o que também caracteriza uma forma de abuso, “se o proprietário se recusar a entender isso, nosso dever é comunicar a justiça”, frisou.

Em relação à forma de como esse tipo de crime acontece, o coordenador explica que: “a maioria das abordagens envolvem oferecimento de dinheiro e bebidas. O perfil desses exploradores é de homens com mais de 30 anos, solteiros ou casados e que geralmente residem próximos às vítimas” afirmou.

Por fim, Marcelo disse que é muito importante que a sociedade denuncie, pois só assim o conselho terá legitimidade para adentrar nos locais suspeitos. “Qualquer pessoa pode ligar e nem precisa se identificar. O conselho não pode agir sem o recebimento da denúncia”, finalizou.

O número para falar com o Conselho Tutelar de Lagoa Seca é (83) 3366-1235 ou o disque 100 que é o número nacional para denúncias, a ligação será guardada em sigilo
. O município de Lagoa Seca diminuiu nos últimos dois anos o registro de casos de abuso e exploração sexual contra Crianças e Adolescentes. Segundo dados do Conselho Tutelar, desde 2007, quando o município foi destaque na mídia nacional pelos altos índices de exploração sexual infantil esta realidade vem mudando (12 no total). O número de registros feitos em 2010/2011 dão conta de 4 casos, sendo dois em 2010 e dois este ano.

Projeto “Alimentação Saudável” contempla mais de 300 alunos de escola em Campinote

A coordenação de Educação Infantil da Secretaria de Educação de Lagoa Seca se prepara para comemorar mais um dia de culminância do Projeto “Alimentação Saudável”. A escola que irá apresentar os resultados das atividades desenvolvidas será a Machado de Assis que funciona no Distrito de Campinote, na zona rural do município. O evento acontecerá nesta terça-feira, 31, a partir das 13h00.

Desde o início do projeto, 13 unidades de ensino já foram contempladas no município.Durante toda tarde serão realizadas palestras com profissionais da saúde (médicos e dentistas) e apresentadas ações desenvolvidas pelos alunos e professores. A ação será finalizada com a degustação de alguns alimentos explorados no decorrer do desenvolvimento do projeto.

Segundo a professora, Maria Irismar de Araújo, a iniciativa propõe a reeducação alimentar das crianças do ensino fundamental e infantil, através da merenda escolar e dos alimentos trazidos de casa para o lanche. Durante o período de um mês, temas relacionados à alimentação são trabalhados de forma interdisciplinar de acordo com a contextualização da realidade local.

Os alunos também participam da produção da merenda escolar, onde são acompanhados pelas merendeiras, auxiliares de serviço, professores e de uma nutricionista, que explica todo processo de melhor aproveitamento das propriedades dos alimentos durante o processo de cozimento.

Proposta altera canal de rádio comunitária em oito estados

A Anatel abriu nesta segunda-feira (30) a consulta pública nº 28, que trata da proposta de alteração do Plano de Referência para Distribuição de Canais do Serviço de Radiodifusão Comunitária (PRRadCom) em oito Estados. O documento propõe a substituição de canais 198, 200, 251, 254, 285, 290 e 292, designados para a execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária (RadCom) em 33 municípios dos Estados de Ceará, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, pelos canais 198 e 200, designados nacionalmente para a execução do RadCom, e pelos canais 252, 253 e 254, que serão usados como temporários em algumas regiões até sua substituição pelo canal exclusivo 200.

Essa alteração do canal para rádio comunitária se tornou necessária diante da impossibilidade técnica quanto ao uso dos canais 198, 199 e 200 em determinada região, devido, entre outros fatores, à existência do canal 6 (seis) de televisão. Dessa forma, foram designados os canais alternativos 251, 252, 253 e 254 até o desligamento da TV analógica, previsto para 2016.

A consulta pública estará disponível no site da agência até as 24 horas do próximo dia 8 de julho.

Realizadas as últimas tomadas do documentário sobre mulheres nas rádios comunitárias

Em breve os paraibanos poderão assistir um documentário que vai mostrar a atuação das mulheres nas rádios comunitárias e a realidade dessas emissoras populares no Estado. O filme terá como cenário as comunidades da grande João Pessoa onde atuam esses comunicadores do povo, enfrentando problemas técnicos e a repressão governamental, já que muitas dessas rádios funcionam sem licença da Anatel.

O filme é resultado de um projeto com patrocínio da Fundação Cultural de João Pessoa – Funjope. A equipe realizou no último dia 27 as últimas tomadas, com as cenas da velhinha ouvinte do programa “Feminino Plural” que interage com as locutoras.

A direção é de Rodrigo Brandão com assistência de Clévia Paz, roteiro de Fábio Mozart e participação de Das Dores Neta, Adriana Felizardo, Maria Helena Feliciano e Débora Lins. A previsão é que o filme esteja pronto em agosto de 2011, por questões técnicas e outros entraves ocorridos durante as filmagens, além do que a edição e acabamento final só serão possíveis em julho, já que o diretor estará preparando trabalho final do seu curso de vídeo na UFPB.

Participam do documentário as rádios Zumbi dos Palmares, Diversidade do Jardim Veneza, Voz Popular e Independente do Timbó.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Educação Ambiental é tema de capacitação para professores da rede municipal de Lagoa Seca

Um dia para pensar o Meio Ambiente. Esse foi o eixo temático abordado pela Secretaria de Educação de Lagoa Seca e a Cooperativa de Projetos de Assistência Técnica e Capacitação do Nordest - Coopacne, que realizaram durante toda a manhã de ontem, uma palestra sobre Educação Ambiental para os professores do município. O encontro aconteceu na Câmara de Vereadores e contou com a presença de 35 educadores, do ensino infantil e fundamental representantes das escolas do município, que foram acompanhados pelos técnicos do Projeto Rio Mamanguape.

O objetivo da capacitação foi o de fazer com que os educadores compreendam o processo de interação entre homem/natureza, buscando conscientizá-los no que concerne a conservação e preservação do Meio Ambiente de forma sustentável. O plano contempla uma proposta didática-prática, através do método de ensino de atividades especiais via estudo das áreas degradadas dos municípios situados na área do Projeto Rio Mamanguape: Alagoa Nova, Areial, Esperança, Lagoa Seca, Matinhas, Montadas e São Sebastião de Lagoa de Roça.

O conteúdo programático para sala de aula deverá fazer com os alunos compreendam, a localização e orientação da bacia hidrográfica do Rio Mamanguape; aspectos físicos; biologia e ecossistema e manejo e conservação ambiental; tudo dentro do contexto dessa região.

A Secretaria de Educação de Lagoa Seca através do Departamento de Educação, representado pela professora, Cecita Jerônimo, garantiu incentivo as ações do projeto. “Entendo que é por meio de momentos de reflexão como este, que poderemos trabalhar com os professores as questões relacionadas à educação ambiental na perspectiva do ambiente escolar e no direcionamento das ações para o ambiente doméstico e do cotidiano do aluno, que passará a entender as questões relacionadas à sustentabilidade, desta vez, de forma prática, trabalhada dentro da sua realidade”, finalizou.

Projeto Rio Mamanguape - Patrocinado pela Petrobras através do Programa Ambiental e atuando nas áreas de projetos produtivos, recursos hídricos, educação ambiental, políticas públicas e comunicação, tem por objetivo, promover o desenvolvimento sustentável e manejo racional dos recursos naturais através de uma visão estratégica que resulta na melhoria da qualidade de vida daqueles que garantem o sustento através de atividades ligadas ao principal rio de água doce da bacia do mamanguape, o Rio Mamanguape.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Inscrições para festival de cinema de Patos encerram no próximo dia 10 de junho

O audiovisual paraibano vem crescendo. E muito. A prova disso é o maior número de festivais e mostras, incluindo o Comunicurtas - Festival Audiovisual de Campina Grande, promovido pela Universidade Estadual da Paraíba. Os produtores e realizadores brasileiros, especialmente da Paraíba, terão até o próximo dia 10 de junho para enviar seus vídeos para a quinta edição do Festival Cinema com Farinha, que acontece em Patos-PB. Estão abertas as inscrições para as mostras competitivas nas categorias ficção, documental e animação, e para as mostras não competitivas de longa-metragem, vídeo minuto e a mostra sertão. As informações sobre o processo de inscrição estão disponíveis no portal http://www.cinemacomfarinha.com/.

O 5º Festival Cinema com Farinha - Festival Audiovisual do Sertão Paraibano - ocorrerá entre os dias 04 e 07 de agosto de 2011. No próximo mês de junho, serão divulgadas as novidades do festival, entre elas, os filmes da mostra internacional, os fóruns de discussões, os lançamentos e os nomes dos convidados.

O Festival é um evento que visa proporcionar um espaço de encontro para discussão e exibição da produção audiovisual brasileira, e ainda, continuar atendendo à demanda existente para esse tipo de manifestação cultural no sertão paraibano. Busca também divulgar a cena cultural oculta da região, detectando produções audiovisuais no sertão paraibano, contribuindo ao mesmo tempo para a divulgação imediata, como para a formação de um banco de memória acessível.

A programação apresentará uma grande multiplicidade de tendências e movimentos culturais, o que atrairá um elevado número de participantes. A realização do festival se dividirá, basicamente, em mostras de vídeos de curta e longa duração e oficinas de produção audiovisual. O evento pretende ainda trazer diversas intervenções artísticas em seus locais de exibição e festa de encerramento, com música e exposições.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Rádio comunitária é fechada no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

O discurso de cima do palanque é “nunca antes na História desse país…”. O pessoal de baixo do palanque poderia completar com “…foram fechadas tantas rádios comunitárias”. Esse é um dado sobre o governo Lula bastante difundido na mídia independente, e bastante representativo da quase ausência de políticas para a democratização da comunicação e para a liberdade de expressão para todos. O governo Dilma já deu mostras de que pode seguir pelo mesmo caminho.

Na última semana a rádio comunitária Santa Marta, que opera na grande favela de Santa Marta, no Rio de Janeiro, foi fechada pela Anatel e pela Polícia Federal. Santa Marta é um dos territórios onde estão operando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A Rádio Santa Marta, no ar há cerca de um ano, trabalha com e para a comunidade, com participação ativa dos moradores e sem qualquer fim lucrativo (todo o trabalho na rádio é voluntário).

Importante instrumento de serviços e de agregação da comunidade, a Rádio Santa Marta tem como diretor (voluntário) Emerson Claudio Nascimento (conhecido como Rapper Fiell), atuante militante social em defesa dos direitos dos trabalhadores e dos moradores das favelas. Agora a rádio vai atrás de uma demorada e burocrática outorga para poder operar e voltar a informar e dar voz à comunidade da favela Santa Marta.

Enquanto os fechamentos de rádios comunitárias se repetem pelo país, parte significativa das rádios comerciais opera com concessões vencidas, algumas há mais de uma década, sendo que essas concessões devem ser renovadas de 10 em 10 anos. As que realmente são renovadas não costumam passar por qualquer processo de discussão sobre seu interesse público, obtendo a continuidade da licença automaticamente.

Pouco se fala nisso, mas as concessões de rádio e TV são públicas, e as emissoras devem operar de acordo com o que determina a Constituição, o que não acontece graças à falta de regularização dos artigos constitucionais e aos interesses políticos em jogo no trato dessas concessões – muitas delas estão nas mãos de deputados, senadores ou laranjas, muitas outras servem de sustentação política às elites nacionais.

Muito preocupada em fechar rádios comunitárias, sem fins lucrativos, que operam em benefício de comunidades esquecidas pela mídia dominante, a Anatel nada faz quanto às rádios comerciais que operam ilegalmente. Também nada faz para que a sociedade conheça os termos de legalidade das concessões – públicas! –, já que o site da Agência não informa a situação dessas outorgas e, por telefone, a informação é de que não se pode informar.

Em tempo: o fechamento da Rádio Santa Marta aconteceu no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A velha mídia não noticiou o fato. Por envolver responsabilidades do governo federal, a esmagadora maioria dos mais cotados blogs da dita esquerda também preferiu calar.

Salete Cobra - A história que virou filme na UEPB

Salete Cobra é um vídeo-documentário produzido por alunos do curso de extensão de Produção de Documentários, oferecido pelo Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba, ministrado pelo premiado cineasta André da Costa Pinto. O documentário, que ainda está em fase de pré-produção, pretende atender ao gênero curta-metragem de até 15 minutos de duração e será gravado no dia 04 de junho, na cidade de Guarabira-PB. Além da casa da protagonista, o curta terá como cenários lugares comuns da cidade, como o cemitério antigo, a igreja matriz e algumas ruas principais.

O documentário conta a história da viúva de Antônio Cobra, Salete, de 50 anos e funcionária da Secretaria de Educação do município de Guarabira. A personagem se destaca pelo seu gosto curioso e peculiar de frequentar funerais. Costume esse que começou em sua juventude e surpreende pelos grandes números de enterros que ela já frequentou.

A equipe é formada por profissionais experientes no audiovisual paraibano e também aposta em nomes novos do cinema. Direção e roteiro são de Ailton Francisco, produção executiva de Allan Dantas e Anne Emanuelle, fotografia de Renato Hennys. O filme será lançado no final do mês de junho, na cidade de Campina Grande e posteriormente em Guarabira, quando também será inscrito em festivais de cinema de todo o Brasil.

Ficha técnica
 
Direção geral: Ailton Francisco
Direção de produção: Maria de Fátima Ramalho
Assistente de direção: Anne Emanuelle
Produção executiva: Allan Dantas e Anne Emanuelle
Assistentes de produção: Aridelson Oliveira, Tereza Helena e Roberta Lucena
Fotografia: Renato Hennys
Still: Roberta Lucena
Assessoria de imprensa: Roberta Lucena

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Filmes sobre Renato Russo e rock dos anos 80 mostram outro lado de Brasília

Em breve, uma Brasília diferente da exibida diariamente nos telejornais ganhará as telas dos cinemas brasileiros. Dois longas-metragens baseados na obra da banda Legião Urbana e na vida de seu vocalista, Renato Russo, além de um documentário sobre o rock brasiliense na década de 1980 prometem jogar luzes sobre um dos momentos mais instigantes da música popular brasileira e atrair um olhar diferenciado para a capital do país.

Dirigido pelo cineasta brasiliense René Sampaio, o longa-metragem Faroeste Caboclo se inspira na famosa canção sobre a saga do “aprendiz de carpinteiro” João de Santo Cristo no Distrito Federal (DF), onde ele se torna “bandido destemido e temido” antes de conhecer Maria Lúcia, “uma menina linda”, a quem ele promete seu amor. As principais cenas estão sendo filmadas na Cidade Ocidental (GO), a cerca de 40 quilômetros do centro de Brasília. As ruas do município goiano retomam as de Ceilândia no final da década de 1970 – cidade do DF onde, na letra da música, ocorre o duelo mais conhecido do rock nacional. A expectativa é que o filme seja lançado ainda este ano.

Com Fabrício Boliveira e Isis Valverde nos papéis de Santo Cristo e Maria Lúcia, o elenco conta ainda com Felipe Abib, Antonio Calloni e um grande número de figurantes. Segundo o produtor Marcello Maia, além de quatro estudantes de cinema de uma universidade local, a produção empregou mais de uma centena de profissionais brasilienses, gerando empregos diretos e indiretos. E irá surpreender quem acha que Brasília se limita aos cartões-postais do Plano Piloto.

“Santo Cristo representa um grupo de pessoas que vieram para Brasília tentar a sorte de um destino diferente, mas a quem as desigualdades sociais acabam impondo um outro caminho. A Ceilândia onde ele vive é um contraponto a Brasília do Plano Piloto de Maria Lúcia. E, nas filmagens no Plano Piloto, buscamos mostrar um tipo de vivência que as pessoas não estão acostumadas a ver”, afirmou Maia à Agência Brasil, ao explicar que o trecho da infância de Santo Cristo será filmado na cidade de Paulínia (SP).

Outra produção a se apropriar de uma canção da Legião Urbana, Somos Tão Jovens é dirigida por Antonio Carlos da Fontoura. O filme trata da adolescência de Renato Russo, fase em que, devido a uma doença óssea rara, o futuro ídolo tinha de permanecer em casa, lendo e sonhando com o sucesso. Muitas das suas canções que mais tarde se tornariam conhecidas começaram a ser compostas neste período.

Já o cineasta Vladimir Carvalho optou por garimpar em seu arquivo pessoal as imagens que utilizará no documentário Rock Brasília – Era de Ouro. Entre as muitas cenas históricas captadas pelo próprio documentarista há imagens como as do último show da Legião Urbana em Brasília, realizado em 18 de junho de 1988, no estádio Mané Garrincha, ocasião em que um quebra-quebra deixou centenas de feridos.

“O documentário conta a jornada épica de bandas surgidas em Brasília, nos anos 1980, como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude, Paralamas do Sucesso, e que se projetaram para o país todo, ajudando a transformar a música nacional. Outra importante contribuição do documentário será mostrar uma Brasília viva, contestadora e corajosa, expondo a dinâmica das pessoas que vivem aqui e que tem uma ligação com a cidade”, explica o produtor Marcus Ligocki, que vive na capital desde 1974 e para quem o fato de as três histórias estarem sendo produzidas simultaneamente é uma “feliz coincidência”. “Esse é um tema inquestionável e que ainda não havia sido abordado nos cinemas. Em algum momento, esses filmes seriam feitos”, conclui Ligocki.

De acordo com o diretor de Cinema e Vídeo da Secretaria de Cultura do Distrito, Sérgio Fidalgo, além de movimentar a economia local por meio da contratação de mão de obra técnica e artística, um filme de qualidade exibido para um grande público funciona como um fator de atração turística, despertando nas pessoas o interesse de conhecer a cidade onde as cenas foram rodadas.

“As pessoas vão ao cinema, se apaixonam pela locação e passam a querer conhecer o lugar onde a história foi filmada. Ou seja, o filme atrai turistas”, diz Fidalgo. Segundo ele, o governo da capital há tempos discute formas de estimular produtores de todo o país a ambientarem suas histórias no Distrito Federal, seguindo o exemplo de Paulínia (SP) que, em troca de financiamento público, exige que parte da produção seja rodada no município. Atualmente, o único instrumento de financiamento do audiovisual em Brasília é o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), concedido apenas a produtores que vivem no Distrito Federal e graças ao qual o Rock Brasília pode ser gravado.

Caravana Nacional dos Pontos de Cultura à Brasília

Entre os dias 24 e 27 de maio de 2011 centenas de representantes de Pontos de Cultura desembarcam em Brasília para uma jornada de encontros, audiências, mobilização, diálogo e celebração. São artistas, educadores, estudantes, jovens, mestres e griôs, gestores, lideranças religiosas e comunitárias, midialivristas, geeks, brincantes, cidadãos, ponteir@s vindos de todos os cantos e pontos que irão à Brasília em defesa da continuidade e avanço do Programa Cultura Viva.

Os Pontos de Cultura são a expressão mais visível do avanço das políticas culturais do Brasil nos últimos 8 anos, onde as políticas públicas se dedicaram ao reconhecimento e valorização da dimensão da diversidade cultural do povo brasileiro, democratizando o acesso aos bens e produtos culturais mas também – e principalmente – ampliando e democratizando as ferramentas de produção, expressão e comunicação, padrões tecnológicos livres, criação de ambientes reais e virtuais de articulação em rede, promovendo a autonomia e o protagonismo social através da cultura.

A programação de atividades em Brasília é intensa. No dia 24 de maio, representantes de Pontos de Cultura se reunirão com a Secretária Marta Porto e a equipe da Secretaria de Cidadania Cultural, para um diálogo político sobre a gestão do Programa Cultura Viva. No dia 25 de maio acontece a Marcha Nacional dos Pontos de Cultura, um grande cortejo cultural ao som dos tambores, com a participação de artistas de rua, circenses, brincantes, manifestações da cultura popular, griôs, mestres e centenas de representantes de Pontos de Cultura de todo o país.

O cortejo segue até o Congresso Nacional, onde os manifestantes serão recebidos pela Ministra da Cultura Ana de Hollanda, e por deputados e senadores da Frente Parlamentar de Cultura, em um momento altamente simbólico que reunirá governo, sociedade civil e poder legislativo pela consolidação e avanço do programa Cultura Viva e pelo exercício da gestão compartilhada das políticas culturais.

No dia 26/05, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados promove audiência pública sobre o Projeto de Lei Cultura Viva, que inicia sua tramitação no congresso nacional, para escuta e participação popular na construção desta lei que consolidará o Programa Cultura Viva como política permanente de estado. Nos dias 26 e 27 acontece na UnB a reunião da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura.

Esta mobilização tem caráter nacional e está sendo produzida e organizada de maneira autônoma e colaborativa pelo Movimento Nacional dos Pontos de Cultura, Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, e diversos parceiros e apoiadores de todo o país em um exercício democrático de manifestação política e ocupação cultural da cena pública brasileira.

domingo, 22 de maio de 2011

Programa das Seis - Vitrine Brasil

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sábado, 21 de maio de 2011

Nara Leão: a musa da Bossa Nova

Nara Lofego Leão Diegues (Vitória, 19 de janeiro de 1942 — Rio de Janeiro, 7 de junho de 1989) foi uma cantora brasileira.

Filha caçula do casal capixaba Jairo Leão e Altina Lofego Leão, Nara nasceu em Vitória e mudou-se para a Cidade do Rio de Janeiro quando tinha apenas um ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão. Durante a infância, Nara teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo "Os Oito Batutas" de Pixinguinha. Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira, em Copacabana. Mais tarde, Nara tornou-se professora da academia.

A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli. No fim dos anos 1950, Nara foi repórter do jornal "Última Hora", onde Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara, Danuza Leão. O namoro com Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Bôscoli em 1960, e de idéias mais à esquerda. Inicia um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casa com ele um tempo depois. Nessa época passa a se interessar pelo samba de morro.

A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorre após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethânia, por sua vez, a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 1960. De musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da UNE. Embora os CPC's já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista. Em 1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se O barquinho, A Banda e Com Açúcar e com Afeto -- feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.

Já separada alguns anos do marido Ruy, de quem não teve filhos, Nara casa-se novamente, dessa vez com o cineasta Cacá Diegues, com quem teve dois filhos: Isabel e Francisco. No fim dos anos 1960, se muda para a Europa com o marido, permanecendo lá por dois anos, tendo morado na França, na cidade de Paris, onde nasceu Isabel, primeira filha do casal.
No começo dos anos 1970, ela volta para o Brasil grávida e nasce na Cidade do Rio de Janeiro o segundo filho do casal, Francisco. Nessa época, decide estudar psicologia na PUC-RJ. De fato, Nara planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos, pois era muito cansativa a vida de uma cantora, já que ela agora era mãe e casada, tinha que se dedicar mais aos filhos e ao marido do que a música, apesar de Nara amar cantar, teve que fazer essa difícil escolha.

Morreu na manhã de 7 de junho de 1989 vítima de um tumor cerebral inoperável aos 47 anos de idade. Ela já sabia do tumor, e sofria com esse problema havia 10 anos. O tumor estava numa área muito delicada do cérebro, por isso ela não podia ser operada, sentia fortes dores e tonturas, e isso também foi um contribuinte para ela tentar largar carreira musical. O último disco foi My foolish heart, lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.
01. Alem Do Horizonte (Beyond the Horizon)
02. Telefone (Telephone)
03. Odara (Hippie)
04. Desafinado (Not in Tune)
05. A Banda (The Parade)
06. Opinião (Opinion)
07. Águas de Março (Waters of March)
08. Corcovado
09. O Barquinho (My Little Boat)
10. 14 Anos (14 Years)
11. Noite Dos Mascarados
12. Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos (Underneath Your Curly Hair)
13. Acender as Velas (To Light the Candles)
14. Lindoneia
15. Promessas de Você (Promises of You)
16. Consolação (Consolation)
17. João e Maria (João and Maria)
18. Wave
19. Olé, Ola
20. Sabe Você (Knows You)
21. Insensatez (How Insensitive)
22. Minha Namorada (My Girlfriend)
23. Penas Do Tie (The Feather of a Tie Bird)
24. Marcha da Quarta-Feira de Cinzas (Ash Wednesday March)
25. Nana

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

SESC Pompéia em São Paulo incluirá shows de paraibanos em projeto musical

O secretário de Estado da Cultura, Chico César, anunciou nesta sexta-feira (20) a participação de bandas, músicos e expressões da cultura popular paraibana no projeto “Das Bandas de Lá”, realizado pelo Sesc Pompéia, em São Paulo.

O anúncio aconteceu após uma articulação entre o secretário paraibano, o gerente adjunto da instituição, Jayme Paez Filho, e a diretora de programação, Lígia Moreli, que confirmaram a presença dos artistas paraibanos na programação do projeto a partir do segundo semestre deste ano.

“Nos próximos meses apresentaremos um casting de artistas da cena musical e da cultura popular paraibana e faremos a curadoria dos participantes em conjunto com representantes do Sesc Pompéia”, destacou Chico César. O secretário explicou que as despesas relativas ao transporte, cachê e estadia dos artistas da Paraíba serão custeadas pela instituição paulista.

O projeto “Das Bandas de Lá” é realizado pelo Sesc Pompéia desde 2009, com a finalidade de estreitar distâncias entre as produções locais e o público paulista, priorizando estilos musicais ousados e de diferentes estados do país, numa perspectiva de democratizar o acesso ao novo cenário da música brasileira.

Secretaria de Saúde de Lagoa Seca prorroga vacinação

A Coordenação de Imunização da Secretaria de Saúde de Lagoa Seca prorrogou o prazo da Campanha de Vacinação contra a Gripe até o próximo dia 10 de junho. O objetivo é fazer com que o município alcance a meta do Ministério da Saúde que é de 4.292 pessoas. Até a última sexta-feira, dia 13, 2.373 pessoas dos grupos prioritários (crianças entre seis e 23 meses, trabalhadores da saúde, grávidas em qualquer idade gestacional e idosos) tinham sido imunizadas, o que corresponde basicamente a 60% da meta.

A coordenadora de Imunização, Maria Ivanilde da Costa Ramos, explica que há uma resistência principalmente por parte das grávidas em receber a vacina, porém não existe nenhuma contra-indicação para qualquer fase da gestação. Segundo a coordenadora, o governo incentiva a imunização desse grupo, principalmente por ele ser suscetível a contrair o vírus, um exemplo disso se comprova pelos casos de H1N1, em 2009, as grávidas foram um dos grupos mais afetados, inclusive com mortes. “Por isso é tão importante que essas mulheres tomem consciência da seriedade de se imunizarem”, declarou.

Em 2011 a campanha tem como tema “Vacinação para quem precisa de mais proteção. Um direito seu assegurado pelo SUS”. Ela protege contra três tipos de gripe e no caso das crianças, ela é aplicada em duas doses com um intervalo de 30 dias. As únicas contra-indicações são para quem tem alergia à proteína do ovo ou a doses anteriores da vacina contra a gripe. É também recomendado que as pessoas que estejam em estado febril, esperem até ficarem recuperadas, e só procurem as unidades de saúde quando tiverem a normalização do quadro.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Paraíba e Pernambuco sediarão Encontros de Blogueiros e Redes Sociais

A ANID - Associação Nacional pela Inclusão Digital está apoiando, junto com outras entidades, a realização de dois eventos no Nordeste. Trata-se dos Encontros de Blogueiros e Redes Sociais nos estados de Pernambuco e Paraíba, que serão realizados esta semana. Em João Pessoa, o encontro acontece amanhã, 20 de maio, no auditório da PBTUR, localizado no bairro de Tambaú. Em Olinda, o encontro ocorre no dia 21, no auditório Ribeira do Centro de Convenções. As inscrições são gratuitas e mais informações podem ser obtidas através do hotsite http://www.blogueiros.net.br.

Os encontros estão sendo promovidos pelo Centro de Estudos Barão de Itararé. A programação inclui debates, oficinas de blogs e de redes sociais, além de apresentação sobre assessoria jurídica para blogueiros.

O jornalista Altamiro Borges participará do debate inicial nos dois estados que, em João Pessoa, será realizado juntamente com o presidente da ANID, Percival Henriques e, em Olinda, com o jornalista Paulo Henrique Amorim. Na Paraíba, alguns convidados especiais já confirmaram presença, como os advogados Alexandre Guedes e Harrison Targino.

Nos dois estados, será seguida a mesma programação:

09h00 – Abertura
10h00 - Debate
12h00 - Almoço (livre)
13h30 - Oficina de Blogs
15h30 - Assessoria Jurídica para Blogueiros
16h30 - Oficina de Redes Sociais
17h30 - Encerramento

Semana Nacional de Museu tem música e cinema no domingo na Estação Cabo Branco

Uma ótima opção de lazer para este domingo (22) é aproveitar a programação cultural da 9° Semana Nacional de Museu, que em João Pessoa acontece na Estação Cabo Branco - Ciência Cultura e Artes, no bairro do altiplano. O evento é realizado simultaneamente em várias capitais do país.

A Banda 5 de Agosto, da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), será uma das atrações. A apresentação será no anfiteatro e começa a partir das 17h00. Nesta apresentação, o grupo de músicos formado por 50 integrantes, vai executar um repertório variado com marchinhas e dobrados.

Dentro da programação da Semana Nacional de Museus ainda tem espaço para o cinema. O longametragem ‘Narradores de Javé’ será exibido a partir das 18h30, na Sala de Audiovisual, no 2° pavimento da Torre Mirante. Nos dois eventos, a entrada é gratuita.

História - A Banda 5 de Agosto foi criada em 1964, pelo maestro Tenente Lucena. Atualmente é regida pelo maestro Adelson Machado, tendo como adjunto Rogério Borges. O grupo realizou a sua primeira apresentação durante as comemorações da Festa das Neves de 1964. A partir daí, participa de todas as edições do evento em comemoração à padroeira de João Pessoa.

A partir do ano de 2005, a banda foi vinculada a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). Assim, passou a integrar de forma mais consistente a cena cultural da cidade. O grupo é muito requisitado em festas de bairros, escolas e diversas manifestações populares, além de se apresentar em solenidades oficiais da Prefeitura.

Sinopse do Filme - Narradores de Javé é um filme brasileiro de 2003 do gênero drama, dirigido por Eliane Caffé. O longa conta a história dos moradores do vilarejo do Vale de Javé e o temor destes a cerca de uma represa que precisa ser construída e com isso a cidade será alagada. Para impedir tal fato, a única chance que a população tem é provar que a cidade possui um valor histórico a ser preservado. Nesse contexto, o filme aborda diversos temas como a formação cultural de um povo; heranças históricas; crenças; valores; dimensão da escrita e da fala; confronto entre o progresso e as tradições do vilarejo.

Mostra Moinho exibe na Funesc oito filmes produzidos na Paraíba

O Espaço Cine Digital da Funesc recebe nesta sexta e sábado (20 e 21) a Mostra Moinho de Cinema. Em dois dias serão exibidos oito filmes produzidos ou apoiados pela Ong Moinho de Cinema, sediada em Campina Grande. As exibições gratuitas começam às 19h30 e a faixa etária recomendada é maior de 16 anos.

O evento apresenta como convidados dois realizadores ligados ao projeto Moinho de Cinema. Eles participarão de debates com o público após as sessões. No primeiro dia, serão exibidos os filmes “As Bonecas de Davi” e “Metanóia” (de Ronaldo Nerys), “Camelos de Ingá” (dirigido por Carlos Mosca e Ronaldo Nerys), “Luzes de uma Noite” (de Ricardo Migliore) e Reveillon (de David Sobel). Ao final das exibições, o convidado Carlos Mosca participará de debate.

No sábado (21), a sessão apresentará curtas que abordam a temática homossexual. O ator Nanego Lira será o convidado da noite para debater o tema. Serão exibidos os filmes “Maria de Kalú” (dirigido por Carlos Mosca e Ronaldo Nerys), “Depois da Curva” (de Helton Paulino) e “Amanda e Monik” (de André da Costa).

Sobre a Ong Moinho de Cinema – O grupo Moinho de Cinema da Paraíba (MCP) é uma ONG fundada em Março de 2008, em Campina Grande. Criada por um grupo de amigos, realizadores audiovisuais (Ronaldo Nerys, Carlos Mosca, Taciano Valério, Helton Paulino e André da Costa Pinto), com o intuito de unir forças para fomentar a produção cinematográfica na cidade.

Produzir, defender e conservar o patrimônio material e imaterial, histórico e artístico cinematográfico bem como promover e experimentar alternativas e divulgar o cinema estão entre as propostas colocadas no estatuto da Ong. A partir daí seus integrantes arregaçaram as mangas num trabalho árduo de legalização da instituição, produção e cooperação, que depois de dois anos começa a apresentar os primeiros resultados em forma de reconhecimento público, de produção premiada nacionalmente e de plateias mais assíduas e questionadoras na cidade.

O Moinho realiza projetos como o Curso de Formação de Atores para o Audiovisual, o de Introdução ao Cinema Documentário e o de Introdução ao Audiovisual, ministrados em parceria com o Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB); projetos de exibição a exemplo do Moído, em parceria com a Fundação Sistêmica, onde mantém uma mostra da produção paraibana e nacional nos bares da cidade, levando o cinema para espaços alternativos com o objetivo de formar novas plateias; é parceiro da UEPB também na realização do Comunicurtas – Festival Audiovisual de Campina Grande, que realiza as mostras competitivas Brasil, com a produção nacional de cinema independente, Mostra Tropeiros da Borborema de filmes paraibanos, Estalo para filmes paraibanos de 01 minuto, A Idéia É... para peças publicitárias e a Mostra Tropeiros de Telejornalismo.

A formação de acervos também é um dos objetivos da Ong, que já possui um cast de mais de 50 atores cadastrados, acervos de figurinos, objetos de cena, mobiliário, filmografias, além de alguns equipamentos que são cedidos a título de empréstimo para os realizadores locais.

Algumas participações e prêmios em festivaisTerra Erma – de Helton Paulino - ficção, 15 min.
•    Troféu Rodrigo Rocha de Melhor Ficção Paraibana, no IV Fest Aruanda do Audiovisual Universitário Brasileiro – 2008;
•    Prêmio Zoom (TV Cultura – SP) de Melhor Curta-Metragem do IV Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro – 2008;
•    Prêmio Machado Bitencourt, como Melhor Som e Melhor Fotografia, no III Comunicurtas – Festival do Audiovisual de Campina Grande – 2008;
•    Prêmio Energisa de Estímulo ao Audiovisual Paraibano, no IV Cineport – Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa – 2009.

Camelos do Ingá - de Carlos Mosca e Ronaldo Nerys - documentário, 15 min.
•    Prêmio Machado Bitencourt, como Melhor Documentário, Melhor Montagem, Melhor Filme do Juri Popular e Prêmio Especial do Juri de Melhor Filme no III Comunicurtas – Festival do Audiovisual de Campina Grande - 2008.
•    Prêmio Rômulo e Romero Azevedo (Prêmio da Crítica), como Melhor Filme, no III Comunicurtas – Festival do Audiovisual de Campina Grande - 2008.
•    Exibido na Mostra Internacional do Filme Etnográfico 2008 – Rio de Janeiro/RJ.
•    Exibido no Festival Digital do Semi-Árido – Campina Grande, Cabaceiras, Caruaru, Juazeiro do Norte e Mossoró – 2010.
•    Exibido na Mostra Competitiva do FENARTE – João Pessoa/PB - 2010.

Maria de Kalú – de Carlos Mosca e Ronaldo Nerys – documentário, 14 min.
•    Prêmio Machado Bittencourt, como Menção Honrosa no IV Comunicurtas – Festival do Audiovisual de Campina Grande - 2009.
•    3º Lugar na categoria documentário no 8º Festival de Cinema Universitário de Guaíba/RS - 2009.
•    Melhor Documentário e Melhor Diretor no 2º Festival de Cinema do Congo/PB.
•    Exibido no 17º Mix Brasil – Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual – São Paulo/SP - 2009.
•    Exibido no For Rainbow – Festival de Arte e Cultura da Diversidade Sexual – Fortaleza/CE - 2009.
•    Exibido na Mostra do Filme Livre 2010 – Rio de Janeiro/RJ.
•    Exibido no 7º Festival de Cinema de Maringá/PR – 2010.

Depois da Curva - de Helton Paulino - ficção, 18 min.
•    Prêmio Machado Bitencourt, como Melhor Ator, para Nanego Lira e Melhor Filme pelo Júri Popular no IV Comunicurtas – Festival do Audiovisual de Campina Grande - 2009.
•    Prêmio Rômulo e Romero Azevedo (Prêmio da Crítica), como Melhor Filme Paraibano, no IV Comunicurtas – Festival do Audiovisual de Campina Grande - 2009.
•    Prêmio de Aquisição do Canal Brasil, no XVII Mix Brasil Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual - 2009.
•    Menção Honrosa, no I Festival de Cinema de São Simão – 2010.
•    Melhor Ficção, no I Festival de Vídeo Estação Cabo Branco – 2010.
•    Melhor Ator, para Fabiano Raposo, no I Festival de Cinema de Ribeirão Pires – “Um Novo Olhar” – 2010.

Amanda e Monick – de André da Costa Pinto – documentário, 17min.
•    Melhor Curta Digital durante o XII Cine – PE – Festival de Cinema do Recife/PE;
•    Prêmio de Melhor Vídeo Nacional e Prêmio de BNB de Melhor Curta Metragem no XXXI Cine Guarnicê – Maranhão/MA;
•    Prêmio Caxiponés de Visibilidade aos Direitos Humanos no XV Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá/MT
•    Prêmio de Melhor Direção no II For Rainbown – Festival da Diversidade Sexual – Fortaleza/CE;
•    Prêmio de Menção Honrosa do Júri Oficial no XV FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul;
•    Prêmio de Melhor Fotografia para João Carlos Beltrão no VI Curta Santos.

Serviço:
Mostra Moinho de Cinema
Indicação: para maiores de 16 anos
Convidados: Carlos Mosca e Nanego Lira
Data: 20 e 21 de maio (sexta e sábado)
Hora: 19h30
Local: Cine Espaço Digital da Funesc
Entrada: Gratuita
Informações: 3211-6281

Programação
Dia 20/05 (sexta-feira) – 19h30 - Debate com o realizador Carlos Mosca.
- As Bonecas de Davi (dir. Ronaldo Nerys)- fic. 14min- 2008
- Metanóia (dir. Ronaldo Nerys) – experim. 07 min - 2008
- Camelos de Ingá (dir. Carlos Mosca e Ronaldo Nerys) - doc. 15 min - 2008
- Luzes de Uma Noite (dir. Ricardo Migliore) - fic. 18 min - 2009
- Reveilon (dir. David Sobel)- vídeo art. 07 min - 2009

Dia 21/05 (sábado) – 19h30 - Debate com o ator Nanego Lira
Temática Gay
Maria de Kalú (dir. Carlos Mosca e Ronaldo Nerys) - doc. 14min - 2009.
Depois da Curva (dir. Helton Paulino) - fic. 18min - 2009
Amanda e Monik (André da Costa) - doc. 17 min - 2008

Programa de Capacitação em Projetos Culturais 2011

Boa notícia para aqueles que já participam ou pretendem ingressar no Programa de Capacitação em Projetos Culturais: terão continuidade em 2011 a primeira e a terceira etapas do Programa, que são o curso de nivelamento à distância, destinado a apresentar conceitos básicos do campo da cultura, e a fase avançada, com módulos para o aprofundamento de conteúdos.
 
As oficinas presenciais da segunda etapa – previstas para as cidades de Fortaleza (CE), Maceió (AL), Natal (RN), Petrolina (PE), Vitória da Conquista (BA), Santarém (PA), Manaus (AM), Palmas (TO), Macapá (AP) e mais cinco cidades a serem posteriormente definidas – continuam mantidas, mas serão realizadas em 2012, devido ao corte orçamentário anunciado pelo Governo Federal no início deste ano.
 
O Programa de Capacitação em Projetos Culturais é uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Instituto Itaú Cultural (IC).
 
Curso de nivelamento à distância (primeira etapa)
 
De livre acesso, a primeira etapa visa a apresentar conceitos básicos do campo da cultura, dentro dos módulos de “Políticas Públicas de Cultura”, “Economia e Financiamento da Cultura”, “Gestão Cultural” e “Direito Autoral”. As inscrições encontram-se abertas, podendo ser efetuadas até 30 de setembro, sendo que, no momento da inscrição, o candidato já opta pelo polo onde deseja realizar a oficina presencial, que fará caso tenha alcançado 70 pontos ou mais na avaliação.
 
O prazo para finalização da primeira etapa vai até 31 de outubro. Os aprovados recebem o certificado de conclusão do nivelamento, que tem valor de curso de extensão. Na seleção para a oficina presencial são considerados também a atuação profissional do candidato no setor cultural e o seu local de residência, com preferência para aqueles cujas atividades são desenvolvidas na cidade onde ocorrerá a oficina ou em municípios próximos.
 
Fase avançada (terceira etapa)
 
Aqueles que cursaram a oficina presencial já estão recebendo as convocações para se inscreverem, até 31/05, na fase avançada, que constará das disciplinas: “Política e Gestão Cultural” e “Marketing, Negociação e Apresentação de Projetos”. O cumprimento com êxito de cada uma dá direito a um certificado de extensão. Essa é a terceira oferta dos módulos avançados do Programa, que tiveram início em julho de 2010 com as primeiras turmas piloto, na disciplina de “Projetos Culturais”, a qual se estendeu até setembro do ano passado. No início deste ano, houve a segunda oferta, na disciplina de “Política e Gestão Cultural”, realizada de janeiro a abril.
 
A terceira oferta, para a disciplina “Política e Gestão Cultural”, com carga horária de 30 horas, será destinada aos três seguintes grupos: aqueles que participaram com êxito das oficinas presenciais em 2010 e ainda não cursaram nenhuma disciplina do módulo avançado; aqueles que não se inscreveram na oferta de “Política e Gestão Cultural” realizada de janeiro a abril deste ano; e aqueles que, embora tenham se inscrito em 2010 nas turmas piloto da disciplina “Projetos Culturais”, não conseguiram concluir o curso.
 
No caso deste último grupo, a oportunidade se justifica porque, à época da turma piloto, não havia previsão de punição para a não conclusão. No entanto, pelo novo regulamento, aplicado a partir da 1ª turma de 2011 da disciplina “Política e Gestão Cultural”, aqueles que abandonarem o curso após terem se inscrito serão considerados evadidos e excluídos do módulo avançado, não podendo inscrever-se novamente.
 
Já a disciplina “Marketing, Negociação e Apresentação de Projetos”, com carga horária de 15 horas, será destinada aos que cursaram “Política e Gestão Cultural” entre janeiro e abril deste ano.
 
“O MinC reconhece a importância do Programa para qualificar a elaboração de projetos culturais e otimizar a utilização dos recursos públicos no setor. Por isso nos empenhamos em não paralisar o curso, mantendo duas fases abertas”, disse o Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic/MinC), Henilton Menezes.
 
Divulgação de resultados e experiências
 
No intuito de divulgar os resultados alcançados e as atividades desenvolvidas pelos alunos, está sendo elaborada uma publicação, dentro da parceria estabelecida entre o MinC, o Sesi e o Instituto Itaú Cultural, apresentando o histórico e processo de concepção do Programa, assim como artigos redigidos pelos que participaram da disciplina “Política e Gestão Cultural”.
 
Para conhecer mais sobre a estrutura do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, acesse a página www.fgv.br/fgvonline/minc.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fórum de Brasileiro de Cultura, no Ceará, é marcado por palestras e debates com bispos

A Faculdade Católica de Fortaleza (FCF), com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove o 2º Fórum Brasileiro de Cultura: “Desafios da Cultura para a Ação Evangelizadora”. O evento teve início ontem, 17 e segue até amanhã, 19, no auditório da Faculdade.

Segundo os organizadores do Fórum, o objetivo é refletir sobre os desafios que a cultura “compreendida em seu desenvolvimento dinâmico traz para a ação evangelizadora, visando despertar na Igreja o Brasil, uma atitude dialógica e propositiva”.

Ontem, 17, houve a participação de vários bispos. Os arcebispos de Fortaleza e do Rio de Janeiro (respectivamente), dom José Antônio Aparecido e dom Orani João Tempesta fizeram a saudação aos presentes. Em seguida, o arcebispo de Campo Grande (MT) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa ministrou palestra com o tema: “Atualidade da Constituição Pastoral Gaudium et Spes para o diálogo com a Cultura”.

No dia 18, uma das palestras será a do padre Manfredo Araújo de Oliveira, professor da Universidade Federal do Ceará. O tema abordado será “Desafios da Cultura para a presença da religião no contexto da pós-modernidade”.

E no último dia, 19, “o Diálogo da Igreja com a Universidade. Experiência, desafios e perspectivas”, é o tema da palestra do arcebispo de Sorocaba (SP), dom Eduardo Benes de Sales, em conjunto com a assessora do Setor Universidades da CNBB, irmã Maria Eugênia Lloris Aguado.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Comunicado:

Pedimos desculpas aos leitores e frequentadores assíduos do Blog pelo transtorno ao acessar a página pelo domínio com.br.

Informamos que passamos por problemas técnicos com a hospedagem. Problema resolvido o internauta poderá, agora, acessar nossa página com facilidade e ouvir direto nosso áudio.

Convidamos, portanto, a você leitor e ouvinte que nos acessem no seguinte endereço:

3ª Mostra do Livro Universitário da UEPB tem início nesta terça-feira em Campina Grande

A Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) iniciará nesta terça-feira (17) a maior mostra de livros universitários do Estado, que traz mais de 800 títulos de diferentes áreas do conhecimento, entre os publicados pela própria EDUEPB e também por editoras filiadas a Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU).

Os livros exibidos durante a 3ª Mostra do Livro Universitário serão comercializados a preços convidativos, alguns deles a partir de R$5. Dentre as editoras universitárias participantes, destacam-se as três maiores do país, oriundas das universidades Federal de Minas Gerais (UFMG), Estadual Paulista (Unesp) e de São Paulo (USP).

A Mostra acontecerá no hall de entrada do Prédio de Administração Central da UEPB, em frente à Reitoria, Campus de Bodocongó, em Campina Grande.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Assistente de Neruda afirma: Poeta foi assassinado pela ditadura

Tudo estava pronto para que o poeta e Prêmio Nobel de Literatura Pablo Neruda se exilasse no México. Ele viajou de sua casa em Isla Negra, no litoral chileno, para Santiago do Chile e um avião enviado pelo governo mexicano estava pronto para levá-lo. No entanto, ele teve que ser internado na Clínica Santa Maria da capital chilena.

Avisou por telefone a sua esposa, Matilde Urrutia, e ao seu assistente, Manuel Araya, que um médico havia lhe dado uma injeção no estômago. Poucas horas depois ele morreu. Araya – que esteve ao lado do poeta nos seus últimos dias - conta um segredo que o afoga: O poeta “foi assassinado”.

O poeta chileno Pablo Neruda às quatro horas da madrugada (de 11 de setembro de 1973), soube do golpe de Estado. Ficou sabendo através de uma emissora de rádio argentina que captava por ondas curtas. A emissora informava que a Marinha tinha se amotinado no porto de Valparaíso.

“Ele tentou se comunicar com Santiago, mas foi impossível. O telefone estava fora de serviço. Somente às nove horas da manhã confirmamos que o golpe tinha estava acontecendo. (...) Esse 11 de setembro foi um dia caótico e amargo, porque não sabíamos o que aconteceria com o Chile e com a gente”.

Manuel Araya Osorio fala de Neruda com a familiaridade de alguém que dividiu momentos cruciais com uma personagem histórica. E de fato. Ele foi assistente do poeta desde novembro de 1972 – quando ele voltou da França – até sua morte em 23 de setembro de 1973.

Este correspondente reuniu-se com esta personagem em 24 de Abril, no porto de San Antonio, próximo a Valparaíso. A entrevista foi realizada na casa do dirigente dos pescadores artesanais Cosme Caracciolo, para quem Araya pediu ajuda para desvendar um segredo que o sufocava: “Tudo que eu quero antes de morrer é que o mundo conheça a verdade: Pablo Neruda foi assassinado”, disse.

Somente o jornal El Lider, de San Antonio, mostrou parcialmente a sua versão em 26 de junho de 2004. Mas não teve repercussão pela pouca influência deste meio.

Araya afirma que sempre quis ver a justiça ser feita. Conta que, em 01 de maio de 1974, propôs a Matilde Urrutia, viúva de Neruda, que se esclarecesse essa morte. Ambos foram testemunhas de suas últimas horas: dormiram, comeram e conviveram na mesma casa a partir do golpe de 11 de setembro de 1973 até a morte do poeta, 12 dias depois, na Clínica Santa Maria em Santiago.

Mas Araya afirma que Matilde – que faleceu em janeiro de 1985 – não quis tomar nenhuma ação para estabelecer eventuais responsabilidades. Segundo ele, Matilde lhe disse: “Se eu começar um processo judicial vão tirar todos meus bens”. Araya conta que em outra ocasião tiveram uma discussão que marcou a ruptura definitiva da relação com a viúva. “Ela me disse que o que tinha acontecido era assunto dela e não meu, porque eu já tinha terminado de trabalhar com Pablo, já não era mais seu funcionário e não tínhamos mais ligação”.

“Neruda queria que, quando ele morresse, a casa em Isla Negra ficasse para os  mineiros do carvão (...) Mas a fundação (Pablo Neruda) apropriou-se da sua obra e não realizou nenhum dos seus sonhos. Eles (os diretores da fundação) estão interessados apenas em dinheiro”, espetou.

Afirma que há dois anos entregou para Jaime Pinos, então diretor da Casa Museu de Isla Negra, da fundação, um relato sobre os últimos dias do poeta. “Mas eles não fizeram nada com essa informação, nem sequer a tornaram pública. Não querem que se conheça a verdade (...) Nunca me deram a palavra nos eventos organizados e nem mesmo nas comemorações da sua morte”.

Araya vem de uma família de camponeses da fazenda La Marquesa, perto de San Antonio. Quando tinha 14 anos foi acolhido em Santiago pela dirigente comunista Julieta Campusano, que lhe o tratou como afilhado.

Esta relação o ajudou, pois Campusano chegou a ser senadora e a mulher mais influente do Partido Comunista, e conseguiu que Araya recebesse um treinamento especial em segurança e inteligência, entre outros assuntos. Araya subiu rápido. Foi mensageiro pessoal de Allende antes de servir como principal assistente de Neruda.

Araya, que era motorista, mensageiro e encarregado da segurança de Neruda, concorda que o autor de Canto Geral tinha câncer de próstata, mas não acredita que essa doença o matou. Garante que essa condição “estava controlada” e que Neruda “gozava de boa saúde, com as fraquezas próprias de uma pessoa de 69 anos”.

"Abandonados"

Araya disse que, após o golpe de 11 de setembro, Neruda, sua esposa e o resto dos habitantes da casa de Isla Negra, estavam “sozinhos e abandonados”. O contato com o mundo exterior era limitado às notícias que chegavam através de um pequeno rádio sintonizando Neruda, às conversas telefônicas esporádicas por um telefone que somente recebia chamadas e ao que era contado na Hospedaria Santa Elena, onde a proprietária “era da direita e sabia de tudo o que estava acontecendo”.

Conta que, em 12 de setembro, chegou um jipe com quatro militares. “Todos estavam com o rosto pintado de preto. Eu saí para recebê-los. (...) O oficial perguntou-me quem estava na casa. Tive que dizer que naquele momento estavam Cristina, a cozinheira; a sua irmã, Ruth; Patrício, que era jardineiro e garçom; Laurita (Reyes, irmã de Neruda); a Sra. Matilde, Pablito (Neruda) e eu."

“O oficial disse-nos que na casa não poderia ficar ninguém além de Neruda, Matilde e eu. Então tivemos que no virar entre os três: dormíamos no quarto do casal que ficava no segundo andar. Eu dormia sentado em uma cadeira, enrolado com uma manta. Fazia isso para ficar mais perto de Neruda, porque não sabíamos o que iria acontecer”.

Em 13 de Setembro, por volta das dez horas da manhã, os militares invadiram a casa. Araya conta que eram aproximadamente 40 soldados distribuídos em três caminhões. Armados com metralhadoras, rostos pintados de preto e uniformes camuflados. Vestido e equipados “como se fossem para uma guerra”.

Ele recorda: “Entravam por todos os lados: pela praia, pela lateral (...) Saí ao pátio para perguntar o que eles queriam. Falei com o oficial que dava as ordens. Ele me disse para abrir todas as portas. Enquanto revistavam, destruíam e roubavam, os militares perguntavam se tínhamos armas, se havia pessoas escondidas, se escondíamos dirigentes do Partido Comunista (...) Mas não encontraram nada. Foram embora em silêncio. Nem pediram desculpas. Sentiam-se donos e senhores do sistema. Eles tinham o poder nas mãos."

Acrescenta que, por volta das três horas da tarde, logo após os soldados do exército irem embora, chegaram os soldados da marinha. “Estiveram por mais de duas horas. Também invadiram a casa e roubaram objetos. Usavam detectores de metal. (...) A Sra. Matilde me contou que o chefão dos marinheiros entrou no quarto de Neruda e lhe disse: 'Desculpas, senhor Neruda’. E foi embora”.

Araya recorda que por vários dias, a Marinha manteve um navio de guerra em frente à casa do poeta. “Neruda dizia: 'Vão-nos matar, vão-nos fazer voar pelos ares’. E eu respondia: ‘Se tivermos que morrer, eu vou morrer na janela primeiro que o senhor’. Fazia isso para encorajá-lo, para se sentir acompanhado. Então ele disse a Sra. Matilde: ‘Patoja – como ele a chamava – veja o companheiro, ele não nós abandonará, ele vai ficar aqui’”.

Araya conta que conversas dessa natureza aconteciam no quarto do casal: eles deitados e Araya sentado na beirada da cama. “Perguntávamos-nos o que faríamos nós sozinhos. Pensávamos que Neruda seria assassinado. Então, decidimos que a única opção era deixar o país”.

A viagem

Araya narra que Neruda lhe disse que seu plano era se estabelecer no México e uma vez lá, pedir “aos intelectuais e aos governos do mundo ajuda para derrotar a tirania e reconstruir a democracia no Chile”.

Relembra “Da Hospedaria Santa Elena – a menos de 100 metros da casa de Isla Negra – entramos em contato com as embaixadas da França e do México. A do México ganhou nota dez. O embaixador (Gonzalo Martinez Corbalá) prontificou-se para nos ajudar. Acho que em 17 setembro ligou para dizer que conseguira um quarto na Clínica Santa Maria. Lá deveríamos esperar a chegada de um avião oferecido pelo presidente Luis Echeverría”.

O problema era transportar o poeta até a clínica. “Com Neruda e Matilde pensamos que a melhor e mais segura forma de chegar lá era de ambulância. Minha missão era conseguí-la. Viajei para Santiago no nosso Fiat 125 e consegui alugar uma ambulância. (...) Lembro que ofereci seis vezes mais do que me cobravam para ter certeza de que realmente fossem nos buscar. Combinamos que fossem no dia 19, porque naquele dia a Clínica teria tudo pronto para receber Pablito”.

“Chega o dia 19 e solicitamos ao quartel do exército da província de San Antonio (Tejas Verdes) permissão para se transportar a Neruda. Disseram-me: 'Não estamos dando passes, menos ainda para Neruda’. Apesar da recusa decidimos partir. A ambulância chegou até a porta que dava para a escada de seu quarto. (...) Ao sair, Neruda despediu-se da sua cadela Panda, subiu na ambulância e deitou na maca. Neruda e Matilde foram de ambulância. Eu os segui de perto no Fiat”.

“A viagem foi triste, caótica e terrível. Controlavam-nos a cada quatro ou cinco quilômetros, parecia impossível chegar ao nosso destino. Saímos às 12:30h de Isla Negra e chegamos às 18:30 na Clinica em Santiago (uma distância de pouco mais de 100 quilômetros)”.

“Na localidade de Melipilla encontramos o controle mais amaldiçoado. Lá Neruda viveu o pior momento. (...) Os militares o tiraram da ambulância e o revistaram. Eles disseram que estavam à procura de armas. Neruda pedia clemência, dizendo que era um poeta, um Prêmio Nobel, que tinha dado tudo por seu país e que merecia respeito. Para amolecer seus corações disse-lhes que estava muito doente, mas a humilhação continuou. Em certo momento nós três choramos de mãos dadas porque pensávamos que chegara o nosso fim”.

Finalmente a ambulância chegou à clínica, três horas mais tarde do que o combinado. “Como chegamos muito próximo da hora do toque de recolher, não podíamos fazer nada mais que permanecer na clínica para pernoitar (...)”.

“O embaixador Martinez Corbalá foi nos ver no dia seguinte. E também o francês, que nunca soube seu nome. Recebemos também a visita de Rodomiro Tomic e Máximo Pacheco (dirigentes democratacristãos), de um diplomata sueco, e mais ninguém”.

A Injeção Misteriosa

Araya disse que os primeiros dias na clínica transcorreram sem problemas. Em 22 de setembro, a Embaixada do México avisou que o avião colocado à disposição por seu governo estava previsto para deixar Santiago rumo ao México em 24 de Setembro. Comunicou ainda que o regime militar havia autorizado o voo.

"Então Neruda pediu a Matilde e a mim que viajássemos a Isla Negra para procurar suas coisas mais importantes, entre elas suas memórias inacabadas. Penso que era ‘Confesso que Vivi’. No dia seguinte – 23 de setembro – partimos bem cedo para a casa em Isla Negra. (...) Deixamos Neruda muito bem na clínica, acompanhado por sua irmã Laurita, que chegou nesse dia”.

Garante que Neruda estava “em excelente estado, tomando todos seus medicamentos”. Nenhum deles era injetável, todos eram comprimidos. Tomamos o cuidado de pegar tudo que ele recomendou. Nisso estávamos quando, perto das quatro da tarde, Neruda ligou para a Hospedaria Santa Elena, onde deram o recado para Matilde, que retornou a ligação. Neruda disse: “Venham depressa, porque enquanto estava dormindo entrou um médico e me pôs uma injeção”.

“Quando chegamos à clínica, Neruda estava muito febril e avermelhado. Ele disse que tinha tomado uma agulhada na barriga (estômago) e que não sabia qual fora a substância. Então verificamos que havia uma mancha vermelha na barriga”.

Araya recorda que momentos depois, quando estava lavando o rosto no banheiro, entrou um médico que lhe disse: “Você tem que comprar urgente para o Senhor Pablito um remédio que não tem na clinica”.

Fui comprar o remédio e Neruda ficou com Matilde Neruda e Laurita. “No caminho fui seguido sem perceber. O médico tinha me dito que não havia esse medicamento no centro de Santiago, mas em uma farmácia da rua Vivaceta ou Independência. Quando saí pela rua Balmaceda para entrar em Vivaceta apareceram dois carros, um atrás e outro pela frente. Homens desceram dos carros e me bateram com socos e pontapés. Não soube quem eram eles. Me esbofetearam muito e depois me deram um tiro numa das pernas”.

“Depois de apanhar, fiquei muito ferido e fui para a delegacia de polícia de Carrión, que fica em Vivaceta esquina de Santa Maria. Então me transferiram para o Estádio Nacional onde sofri graves torturas que me deixaram a um passo da morte. O Cardeal Raúl Silva Henríquez conseguiu me tirar desse inferno. Por isso estou vivo’”.

Neruda morreu às 22:00 horas em seu quarto – o número 406 – da Clínica Santa Maria.

Consultado, o diretor dos arquivos da Fundação Neruda, Dario Oses, anunciou a posição da instituição sobre a morte do poeta:

"Não há uma versão oficial manipulada pela Fundação. Esta se limita aos testemunhos de pessoas próximas a Neruda no momento da sua morte e de biógrafos que obtiveram fontes confiáveis. Há muitas coincidências entre as versões de Matilde Urrutia, em seu livro ‘Minha vida junto de Pablo’, a de Jorge Edwards em ‘Adeus poeta’ e a de Volodia Teitelboim em sua biografia ‘Neruda’. A causa da morte foi câncer. Um dos médicos que o tratou, aparentemente o Dr. Vargas Salazar, tinha avisado a Matilde que a agitação produzida ao poeta de saber sobre o que estava acontecendo no Chile nesse momento podia agravar seu estado. Para esta situação também contribuíram a invasão de sua casa (...), o transporte em ambulância (...) com controles e revistas militares na estrada”.

Mas Manuel Araya diz que não tem a menor dúvida: “Neruda foi assassinado”. E argumenta que a ordem veio de Augusto Pinochet: “De onde mais poderia vir?”.
 
Por Francisco Marín, do Jornal El Clarín